Justiça defere Representação do MP-AM e decreta prisão de diretor de presídio e PM em Coari

 

UPC COARI

 

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Coari, representou nesta quarta-feira, 20 de setembro, pelas prisões temporárias do Diretor da Unidade Prisional de Coari, Gilberto Caldas de Souza Junior e do Soldado da Polícia Militar, Délcio Monteiro da Costa Neto.

De acordo com a representação do Promotor de Justiça Weslei Machado, há fortes indícios de que os dois integram uma organização criminosa e facilitavam a entrada de drogas, armas, mulheres e celulares no presídio em troca de dinheiro.

O Juiz plantonista, Fábio Alfaia, deferiu integralmente a representação do Ministério Público e decretou a prisão temporária do Diretor e do Soldado, além de autorizar a quebra dos sigilos telefônico e bancário dos investigados. Além disso, o juiz determinou a busca e apreensão nas casas do Diretor da unidade prisional e do policial militar, e o afastamento das respectivas funções.

As investigações iniciaram em agosto deste ano, depois que o Promotor verificou a prática de várias irregularidades no presídio. Em depoimento, presos e parentes deles confirmaram que o Diretor da unidade e o policial militar dão apoio à organização criminosa que controla o presídio.

Em trecho da representação do MP-AM, o Promotor afirma que não há dúvidas sobre a conduta delituosa dos dois. “...não é necessário grande esforço para se inferir a gravidade dos fatos. Vários são os indícios de que o Diretor da Unidade Prisional de Coari juntamente com o Policial Militar Délcio são integrantes da organização criminosa que atua no interior da UPC, recebendo dinheiro para conceder o controle do estabelecimento aos demais membros da organização, bem como para facilitar a entrada de armas, drogas, bebidas alcoólicas, mulheres e celulares. Com efeito, infelizmente os servidores do Estado, que deveriam coibir tais práticas, acabam por permiti-las e beneficiarem-se financeiramente dos crimes”.

Os dois acusados estão presos no batalhão da Polícia Militar de Coari. Eles devem responder pelos crimes de participação em organização criminosa, corrupção passiva, tráfico de entorpecentes e facilitação de entrada de aparelho celular em estabelecimento prisional.