Seminário no MP-AM mobiliza sociedade no combate à violência contra a Mulher

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Centenas de pessoas lotaram, nesta quarta-feira, 30 de março, o auditório Carlos Alberto Bandeira de Araújo, na sede do Ministério Público do Amazonas. Além de Membros e servidores do MP-AM, psicólogos, assistentes sociais e demais profissionais e representantes de entidades e instituições que atuam no enfrentamento à violência contra a mulher no estado, participaram do III Seminário de Combate à Violência Contra a Mulher do MP-AM. O Procurador de Justiça Públio Caio, fez a abertura do evento.

O Seminário foi realizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF). De acordo com a Promotora de Justiça Wandete de Oliveira Netto, Diretora do CEAF, esse é o primeiro evento do calendário 2016 e, a expressiva procura por inscrições, mostra a relevância do tema e confiança na organização do Seminário. “Essa já é a terceira edição e prova a credibilidade de um trabalho sério que desenvolvemos para contribuirmos com o desenvolvimento de políticas públicas em defesa da mulher no Amazonas”, disse.

 

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Palestras

 Duas palestras fizeram parte da programação. Primeiro, a Promotora de Justiça do MP do Rio Grande do Norte Érica de Oliveira, desenvolveu o tema “Grupos Reflexivos de Homens como Estratégia de Enfrentamento à Violência de Gênero”.

A experiência consiste em trabalhar com homens que já praticaram agressão contra a mulher. Essa estratégia já é desenvolvida em vários estados, mas foi no Rio Grande do Norte, que o índice de reincidência de agressão atingiu nível zero. “Falamos de saúde, desconstruímos as ideias de que o homem seja violento e está contra a mulher, falamos sobre igualdade, controle da agressividade, dentre outros pontos. A gente entende que a reeducação pode melhorar, fazer com que a pessoa reflita e mude de conduta”, afirma a Promotora.

O Doutor em Psicologia Social e Professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Marco Máximo Prado, abordou o tema “Questões de Gênero”. Marco falou sobre a violência praticada contra transexuais, travestis, lésbicas e gays. Na visão dele, é preciso ampliar o debate sobre violência de gênero. “O Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Não tenho dúvidas que esse tipo de violência pode ajudar a compreender também as agressões praticadas contra a mulher”, afirmou.

Para o Promotor de Justiça Davi Câmara, que atua no 1º Juizado Especial de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, o Seminário é um evento expressivo e que veio para ficar. “É fundamental o MP-AM agir como agente público de transformação quando traz palestrantes nacionais, especialistas em suas áreas, para debater esse tema com a nossa sociedade. Isso faz com que a discussão seja de alto nível , produtiva, e, vamos colher frutos no combate à violência contra a mulher”, destacou.

Segundo a Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher Dora Brasil, os temas desenvolvidos durante o seminário servirão de base para discussão e prática de estratégias de enfrentamento à violência. “É importante que tenhamos acesso a essa parte teórica e o conhecimento dessas experiências exitosas como a do Rio Grande do Norte, que pode nos ajudar muito”, ressaltou.