Entrevistas

Entrevista com o Promotor de Justiça Jorge Wilson

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O Promotor de Justiça Jorge Wilson Lopes Cavalcante, titular da 67ª Promotoria de Justiça junto ao 19º Juizado Especial Criminal, concede entrevista ao portal do Ministério Público do Estado do Amazonas, onde fala sobre o início da sua carreira como membro do parquet e sobre o trabalho realizado na 67ª PJ. Recentemente, o Promotor Jorge Wilson assumiu o Centro de Apoio Operacional às Promotorias Eleitorais, o CAO-PE, e na entrevista conta como vai coordenar a atuação dos Promotores de Justiça do MP-AM no período de eleições municipais em 2012.


O que o levou a optar pelo Direito e tornar-se Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Amazonas?

Escolhi fazer Direito apenas no terceiro ano do Ensino Médio. O vestibular da Universidade do Amazonas (UA), hoje denomidada Ufam, foi bem concorrido, mas, com o incentivo da minha família, obtive êxito. Logo a decisão se mostraria correta, pois rapidamente me identifiquei com o curso. Na faculdade, tive o privilégio de me tornar estagiário do Ministério Público. Durante esse período, tive a convicção exata da carreira que deveria seguir. Para minha sorte, o concurso público para o MP ocorreu pouco tempo depois de eu ter me formado. E, de acordo com o propósito de Deus para minha vida, passei no certame e me tornei Promotor de Justiça.

Conte um pouco dessa trajetória dentro do MP-AM: em quais Comarcas atuou?

Atuei nas comarcas de Codajás, Anori, Coari, Itacoatiara e Presidente Figueiredo. Apesar das naturais e conhecidas dificuldades que todo Promotor passa no interior do Amazonas, guardo boas recordações de cada município por onde passei, e das amizades que fiz. Procuro extrair lições positivas de todas as coisas, sabendo que tudo pode contribuir para o meu crescimento. Em novembro de 2000, fui promovido para Manaus como titular da 21ª Promotoria de Justiça junto à Vara de Entorpecentes, e hoje exerço minhas funções na 67ª Promotoria de Justiça do 19º Juizado Especial Criminal. Além disso, também servi à instituição nos cargos de Corregedor-Auxiliar e Assessor do Gabinete de Assuntos Jurídicos.

Recentemente, você assumiu a função de Coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias Eleitorais, o CAO-PE. Como estão sendo conduzidos os trabalhos neste ano de eleições municipais?

Como todas as atividades do Ministério Público, este é um trabalho árduo, que demanda muito comprometimento e dedicação. O CAO-PE tem alcance em todo o território do Amazonas, além de abranger uma matéria que não faz parte do cotidiano do Promotor de Justiça. Apesar disso, não tenho do que reclamar, pois a confiança demonstrada pela Chefia de nossa instituição e o apoio que tenho recebido dos colegas são fontes de satisfação e motivação. Quanto às ações, temos mantido contato constante com o Procurador Regional Eleitoral e com juízes eleitorais, além de termos visitado a Polícia Federal em busca de estreitamento das relações. Vamos todos fazer um grande trabalho nessas eleições de 2012.

Como titular da 67ª Promotoria de Justiça junto ao 19º Juizado Especial Criminal, quais os casos mais frequentes que passam por essa Promotoria? Em média, quantos processos chegam mensalmente?

O trabalho nos Juizados Especiais Criminais tem uma grande importância, pois leva a prestação jurisdicional a pessoas que buscam a Justiça para solucionar conflitos que, no mais das vezes, são decorrentes de seus afazeres do dia-a-dia. É comum conseguirmos resolver questões que envolvem relações familiares e de vizinhança, e que, antes da criação do modelo de Juizados, eram relegadas a segundo plano, e, com frequência, não eram solucionados. Essa realidade mudou, e isso dá muito mais credibilidade a todos os órgãos que produzem justiça. No 19º JECrim, temos em média mais de 200 processos ingressos todos os meses. Apesar disso, temos conseguido manter a pauta de audiências atualizada, e conseguimos chegar ao final do mês sem qualquer feito com vista ao MP.

Quais são as principais dificuldades na execução de seu trabalho?

Ainda não temos a estrutura ideal para uma Promotoria de Justiça, ficando os trabalhos concentrados na figura do Promotor. Não obstante, a Administração tem tomado medidas na direção das soluções. E a disposição do Promotor de Justiça deve ser sempre o de perseguir o ideal do Ministério Público mesmo em meio a adversidades.

Acredita que o Ministério Público evoluiu nesses últimos anos? Se sim, em quais aspectos?

Não há dúvidas de que o Ministério Público brasileiro desempenha um papel de extrema relevância na sociedade. E o parquet amazonense tem se mostrado uma instituição de vanguarda, com uma gestão profissional, que preza pela legalidade, moralidade, eficiência, publicidade e impessoalidade, o que traz credibilidade não somente ao público externo, mas também aos seus próprios membros. As melhorias que ainda precisamos alcançar são as normalmente verificadas em qualquer órgão comprometido com a sociedade. Estamos no caminho certo.