Entrevista com a Promotora de Justiça Cley Martins, titular da PROCEAP
Entrevista com a Promotora de Justiça Cley Martins, titular da PROCEAP
"Desde a época de colégio já tinha uma inclinação para a área de humanas.Sempre estive envolvida em movimentos culturais, teatro e gincanas. Adorava o contato com as pessoas e tudo que tivesse relação com a comunicação. Ao escolher a profissão, pesou consideravelmente a influência paterna, pois meu pai é advogado". Leia mais detalhes da trajetória da Promotora, na entrevista abaixo.
Quando a Sra. decidiu optar pelo direito?
Após o término da faculdade de Direito, precisava traçar meu rumo. Ao analisar meu perfil pessoal, não restou dúvidas de que o caminho a seguir seria o do Ministério Público. A vontade juvenil de consertar o mundo, de proteger os direitos e garantias fundamentais e o sonho de ajudar a conservar o nosso planeta foram fundamentais para que eu iniciasse os preparativos para prestar concurso para ingresso na carreira.
E no Ministério Público, quando assumiu?
Iniciei minha carreira junto ao Ministério Público no ano de 1996. Trabalhei nas Comarcas de São Gabriel da Cachoeira, São José do Rio Negro, Manacapuru, Maués, Caapiranga e Careiro da Várzea. Fui promovida para a capital no ano de 2010.
Como foi sua atuação no interior do estado e como avalia seu trabalho na Proceap?
O tempo de atuação no interior foi determinante para fortalecer meus conceitos de vida e a educação que recebi em casa. Valorizar as pessoas mais simples e não cultivar a vaidade pessoal, em função do cargo, foram aprendizados importantes. Ficou marcado na minha memória, e falo com tristeza, da falta de estrutura do nosso interior, de como há um atraso econômico e cultural, de como os nossos ribeirinhos estão perdendo a sua identidade. Infelizmente, o interiorano só é lembrado por ocasião das eleições municipais. Atualmente sou titular da 60ª Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial, com competência ampliada para a 61ª Proceap. A Constituição de 1988 atribuiu ao Ministério Público, dentre outras funções institucionais, o controle externo da atividade policial (art. 129, VII), na forma da lei complementar respectiva. Por muito tempo não havia um pensamento uniforme, de âmbito nacional, a nortear as ações do controle externo. Atualmente já existe um plano nacional de atuação, com diretrizes gerais a serem observadas pelo Ministério Público brasileiro no exercício do controle externo da atividade policial. O controle externo objetiva a integração entre as funções do Ministério Público e das Polícias, a prevenção e correção de irregularidades, o aperfeiçoamento e celeridade da persecução penal e o estrito respeito aos direitos e garantias fundamentais.
Como a Sra. avalia o MP de uma maneira geral e de que forma o trabalho realizado pode surtir mais efeito?
O Ministério Público brasileiro assumiu o papel constitucional de guardião da sociedade. Dentro da sociedade amazonense o papel do Ministério Público não é diferente. É uma instituição respeitada e valorizada pelo empenho de seus membros e servidores. A atual administração conseguiu viabilizar muitos projetos necessários ao engrandecimento da instituição. Com certeza, em muitos aspectos deve haver melhorias. Nosso quadro de servidores ainda é reduzido em relação as nossas necessidades. As unidades descentralizadas, como as Promotorias que funcionam na Zona Leste e Cidade Nova, necessitam de espaço físico adequado para desempehar com dignidade sua função. Os Promotores de Justiça do interior precisam de estrutura física (moradia e gabinete) e funcionários do quadro do Ministério Público.
Que conselhos ou dicas a Sra. daria para quem gostaria de ingressar no MP-AM?
Para os que pretendem ingressar na carreira do Ministério Público fica o alerta de que, ao entrar na instituição, devem ter em mente que vão ser contaminados pelo vírus da responsabilidade, paixão, amor ao próximo, justiça, indignação, luta, persistência e muitos outros da mesma lavra. E que sejam felizes...
Entrevista com a Promotora de Justiça Sheyla Dantas de Carvalho
A Promotora de Justiça Sheyla Dantas Frota de Carvalho fala sobre a carreira no link "Entrevistas", no Portal do MP-AM. Ela começou a trajetória jurídica em 1986, quando ainda cursava Administração de Empresas e teve a oportunidade de trabalhar no departamento fiscal de uma empresa do pólo eletro-eletrônico do Distrito Industrial em Manaus. Com o crescimento do grupo empresarial, aos poucos foi surgindo a necessidade de descentralização administrativa, criando-se uma divisão jurídica em Manaus. À época, foi selecionada para integrar a equipe na nova divisão, vez que já executava os trabalhos jurídicos e serviços externos ligados a registro e licenciamento das empresas do grupo perante os mais diferentes órgãos públicos. O contato com as leis era constante e, portanto, necessário. Essa necessidade, aliada a outros fatores de motivação pessoal, foi o incentivo para cursar Direito, no ano de 1993. "Apesar de inicialmente não ter nenhuma pretensão de ingressar no serviço público, logo no segundo ano do curso já havia decidido trilhar pela carreira Ministerial, vez que a admiração pelas funções institucionais aumentava cada vez que eu tinha aula com professor integrante do quadro do Ministério Público. Determinada a ingressar do Parquet, no ano de 1995 já estagiava nas mais variadas Promotorias, oportunidade em que tive diferentes orientadores, hoje colegas de Instituição. O Estágio seguiu até a efetiva conclusão do curso de Direito, em outubro de 1997. Nesse período foi publicado o edital do concurso no qual, felizmente, logrei êxito, vindo a tomar posse como Promotora de Justiça Substituta no dia 19 de Agosto de 1998". Saiba mais sobre a trajetória da Promotora, na entrevista abaixo.
AIDC - Quais as Comarcas pelas quais já passou e quais os casos mais frequentes que pode citar?
Durante essa trajetória, tive a titularidade das comarcas de Maraã, Barcelos e Manaquiri. Porém, já respondi pelas comarcas de Tefé, Alvarães, Coari, Codajás, Iranduba, Sta. Isabel do Rio Negro, S. Gabriel da Cachoeira, Careiro, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva e Manaus. No interior, via de regra, os conflitos envolvem questões familiares como alimentos e guarda. Questões ambientais e de natureza criminal como lesões corporais, estupro e até homicídios, são comuns. Infelizmente, a violência tem aumentado com a disseminação das drogas, o que demanda maior rigor na atuação do membro do Parquet.
AIDC – Quais os pontos positivos e as dificuldades de ser Promotor do interior do Estado?
Ser Promotora de Justiça por opção, como é o meu caso, facilitou encarar as dificuldades, especialmente levando-se em conta as particularidades do nosso Estado, detentor de vasta extensão territorial. No entanto, devo admitir que a distância da família e dos amigos, aliada à lentidão com que o tempo passa no interior, foram as maiores dificuldades e que me vem, de imediato, à mente. Há alguns anos chegar às comarcas, algumas das quais de difícil acesso, como foi a minha primeira era, no sentido literal, uma “aventura”. Na época em que assumi, não havia casa para o Promotor (sequer para alugar) e eu tive que fixar moradia no alojamento da CEAM, onde ficavam os geradores de energia. Também não existia telefone. A única forma de comunicação que eu dispunha era por meio um rádio amador de um comércio local, que se comunicava com outro rádio cuja freqüência era de outro comércio no Estado do Pará, o qual repassava, por telefone, o recado aos familiares e também me atualizava em notícias. Mas toda essa dificuldade já faz parte do passado e foi compensada pela beleza da natureza e a forma amiga com que somos recebidos na comarca.
É evidente que os tempos são outros, como não poderia deixar de ser após o decurso de quase 14 anos. Hoje muitas comarcas já possuem casa para os Promotores ou pelos menos dispõem de imóvel em condições de serem alugadas. As Promotorias já possuem o acesso à informação, senão por internet, pelo menos por telefone próprio, o que alivia a saudade, nossa fiel companheira de muitas horas.
Por outro lado, como ponto positivo, destaco a realização de um sonho. Pessoalmente, é gratificante sentir que posso fazer a diferença na vida das pessoas, ajudando-as a resolver seus problemas, às vezes com soluções jurídicas, através de efetiva atuação processual, outras vezes tão somente com aconselhamento, feito durante o atendimento ao público. Ouvir um sincero “Deus a abençoe” de alguém que teve seu problema resolvido, é realmente gratificante.
AIDC – No seu ponto de vista, quais as contribuições do Ministério Público Estadual para a sociedade amazonense?
A contínua evolução de nossa Instituição tem assegurado o exercício de direitos fundamentais com efetiva atuação em diferentes áreas, procurando dar resposta imediata aos anseios de quem busca o Ministério Público. Como principal contribuição, destaco a inegável e intransigente defesa dos interesses individuais e sociais indisponíveis como a saúde e educação. Muito além da imagem de “órgão acusador” o Parquet também tem atuação em outras questões relevantes, das quais destaco as de natureza ambiental, eleitoral e administrativa, através de trabalhos de conscientização pública e firme fiscalização, evitando os mais variados tipos de abusos. Na verdade, vejo o Ministério Público como sendo o Órgão para onde todos se dirigem, quando tem seus direitos lesados ou ameaçados.
AIDC – Como a senhora avalia a atual Administração do Ministério Público do Amazonas?
A atual administração, sob meu ponto de vista, caminha firme na implementação de mudanças e tem demonstrado dinamismo e inegáveis conquistas, na medida em que aumenta o quadro com nomeação de novos membros e servidores além de construir sedes próprias para as Promotorias dotando-as com os móveis e equipamentos necessários para o desempenho das funções ministeriais. A celeridade nos procedimentos de movimentação na carreira também é outro ponto a ser destacado, aliado ao reconhecimento e pagamento de verbas que a classe faz jus.
AIDC - Existem aspectos em que o Ministério Público deve melhorar? Se sim, em quais?
Apesar dos avanços obtidos, vejo que a Instituição, frente ao constante aumento das demandas, encontra-se ainda com o seu quadro defasado, necessitando da salutar e esperada criação e implementação de novas Promotorias.
AIDC - Que mensagem deixa para os que pretendem ingressar na carreira do Ministério Público?
Aos que pretendem trilhar pela estrada ministerial, deixo a mensagem de que para ser membro do Ministério Público, precisa haver empenho e dedicação, vez que se trata de um verdadeiro sacerdócio. Deve-se estar disposto a ouvir e ajudar o próximo com esmero e honradez, combatendo firmemente as injustiças que chegam a seu conhecimento. E na certeza de travar um bom combate, restar convicto que a vitória não é pessoal, mas sim da sociedade, que sai fortalecida com a presença e atuação do Ministério Público.
“Integrar o quadro do Ministério Público é a realização de um sonho muito almejado, fruto de uma inarredável escolha de vida” (Sheyla Dantas Frota de Carvalho)
Entrevista com o Promotor de Justiça Mário Ypiranga Monteiro Neto
Ingressar no MP-AM foi um sonho juvenil do então estudante de Direito. O sonho de um jovem que ao sair da Faculdade, aos 22 anos, pensou em defender a sociedade e contribuir para um controle efetivo da Administração Pública. Confira agora a entrevista do Promotor de Justiça, Mário Ypiranga Monteiro Neto.
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Fale sobre sua trajetória dentro do MP-AM, no cargo de Promotor de Justiça.
Iniciei minha carreira no Ministério Público do Estado do Amazonas como Promotor de Justiça Substituto, com exercício na Comarca de Manicoré, tendo tomado posse em 1998. Fui Promotor de Justiça designado nas Comarcas de Itacoatiara e Silves (1999). Promotor de Justiça Titular da Comarca de Barcelos (2000/2001). Após, Promotor Titular da Comarca de Autazes (2002), tendo recebido no ano de 2005 a Medalha do Mérito Especial, concedida pela Câmara Municipal de Autazes, em reconhecimento ao trabalho realizado naquele município. Fui Promotor Eleitoral das Comarcas de Barcelos, Autazes e Rio Preto da Eva. Atuei como Promotor de Justiça convocado nas 56ª. e 57ª. Promotorias de Justiça Especializadas na Proteção e Defesa dos Direitos Constitucionais do Cidadão, nos anos de 2003, 2004 e 2005, cuja dedicação, graças a Deus, rendeu-me bons frutos, como o reconhecimento da população amazonense através da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, que me concedeu, em 2004, a medalha da “Ordem do Mérito Legislativo do Estado do Amazonas”, como reconhecimento ao trabalho realizado no Ministério Público. A última Comarca em que trabalhei, na entrância inicial, foi Rio Preto da Eva, para a qual fui removido, por merecimento, em 2011. No corrente ano, fui promovido, por merecimento, para a 45ª. Promotoria de Justiça com atuação junto à Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Ocupei cargos, também, em nossa valorosa entidade de classe como Diretor Cultural da Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP) nos anos de 2003 e 2004 e pela segunda vez, o mesmo cargo de Diretor Cultural da Associação Amazonense do Ministério Público no biênio 2005/2006, tendo integrado, ainda, o Conselho Consultivo. Se algum mérito eu tive nessa caminhada, até aqui, devo compartilhá-lo com os colegas do Ministério Público do Amazonas, irmãos por eleição, Procuradores, Promotores de Justiça e Servidores, que dividiram comigo as mesmas agruras, os mesmos projetos e ideais.
O senhor passou 14 anos no interior e agora está na capital. Como está sendo essa transição?
A transição foi tranquila e os desafios são inerentes a uma atuação especializada na 45ª. Promotoria de Justiça com atuação junto à Vara Especializada da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e cada vez mais eficiente no sentido de prevenir e coibir a violência doméstica e familiar praticada contra as mulheres.
Quais são as principais dificuldades na execução de seu trabalho?
As dificuldades na vida profissional de um Promotor de Justiça são, na maioria das vezes, relativas à falta de estrutura física adequada ou insuficiência material e humana para o apropriado desempenho da função, principalmente nas Comarcas do Interior, além da carência de segurança pessoal adequada e a ausência de acesso à Internet em alguns municípios. Não há dúvida alguma que essas falhas de infraestrutura comprometem a atuação do Ministério Público e, de maneira reflexa, toda a sociedade. Entretanto, a atual administração da Instituição tem se mostrado sensível a essas demandas, contribuindo para a melhoria da estrutura material e humana para o auxílio dos membros do MP, no interior e na capital, incentivando com isso a eficiência na defesa dos interesses sociais e a atuação mais respeitada dos colegas.
Quais suas observações sobre o trabalho dos MPs no Brasil?
O Ministério Público Brasileiro vem se modificando efetivamente a partir da Constituição Federal de 1988, como uma Instituição moderna. Vejo o Ministério Público no cenário atual como uma classe próxima do mundo cotidiano e dos dramas humanos, independente de ritos e atos processuais. Uma Instituição forte no aspecto processual e importante principalmente na defesa dos interesses sociais, muita atenta à realidade social e preocupada, ainda, com uma prestação jurisdicional célere e justa.
O Ministério Público evoluiu muito nos últimos vinte anos. O processo gradativo de transformação se deu, no meu entendimento, principalmente pela mudança do modo como o Ministério Público passou a agir em relação às demandas da sociedade, elidindo, assim, aquela visão outrora tida pela população como a de um acusador implacável, imagem estereotipada, que em nada se identifica com o perfil do MP atualmente, que possui atuação eficiente e dinâmica, substituindo um perfil burocrático, atuando muitas vezes, inclusive, de forma preventiva e resolutiva. Assim, no perfil democrático, o Ministério Público cumpre seu mais relevante papel na defesa dos interesses da coletividade, e pelas mencionadas razões, requer infraestrutura física e material que assegurem plena autonomia e independência na atuação funcional.
A que o senhor atribui a credibilidade do Ministério Público do Estado do Amazonas?
A dedicação de seus membros. Desde o mais novo Promotor de Justiça Substituto ao Procurador-Geral de Justiça. O atendimento, a contento, das demandas da sociedade, através de respostas firmes e eficazes, atribui credibilidade e respeito ao Ministério Público Amazonense.
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"Tenho fé e esperança em um Ministério Público cada vez melhor, que possa caminhar lado a lado com o cidadão na busca incessante da Justiça Social, e contribuindo, assim, para um mundo melhor, fundamentado nos valores e princípios mais importantes da natureza humana" (Mário Ypiranga Monteiro Neto)
Entrevista com a Promotora de Justiça Kátia Maria de Oliveira
Acompanhe a entrevista da Promotora de Justiça Kátia Maria Araújo de Oliveira
Fale um pouco sobre a sua trajetória. Como surgiu a vontade de atuar na área jurídica?
Iniciei o curso jurídico na Universidade Federal do Amazonas, e conclui na Universidade Cândido Mendes no Rio de Janeiro. Estagiei no Rio de Janeiro no escritório modelo da UCM, e retornando a Manaus exerci a advocacia nas empresas Sanyo e Moto-Importadora, essencialmente na área fiscal e trabalhista. De lá saindo trabalhei por seis meses na Junta Comercial do Estado do Amazonas, em seguida passei no concurso do Ministério Público. Assim, ingressei no Ministério Público do Amazonas em 1989, quando da primeira eleição direta para Presidente de República, época de ativismo político e de grandes sonhos . Minha primeira Comarca foi Manicoré onde atuei de 1989 até 1994, quando fui promovida para Manaus, inicialmente para a Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial, atuei ainda no Gabinete de Assuntos Jurídicos (GAJ) durante a administração dos Procuradores-Gerais Dr. Luiz Felippe Verçosa, Dr. Aristarco e Dr. Evandro Paes Farias, também durante curto período de tempo, exerci a função de Secretária-Geral. Atualmente exerço minhas atribuições na Promotoria de Fundações e Massas Falidas, promotoria que acima de tudo me permite trabalhar na área do Direito que mais aprecio, a do direito empresarial , área em que o agente ministerial tem que estar atento aos movimentos da economia e da sociedade, portanto exige agilidade, bom-senso e conhecimentos que extrapolam a área do Direito. E, exatamente par aprimorar estes conhecimentos, fiz pós-graduação (latu sensu) em Direito Penal (UFAM) e Direito Civil (UCM), ainda aprendi um pouco de direito do petróleo em extensão universitária da UCM.
Detalhe a função da Promotoria onde atua?
A Promotoria de Fundações e Massas Falidas exige do membro do Ministério Público conhecimentos do conceito de Terceiro Setor no mundo e no Brasil (onde se inserem as fundações), quais as razões de sua existência e a capacidade de entender, e fazer a sociedade entender, que este é um setor onde o privado exerce funções que caberiam ao setor público. Pórém, como é necessária determinada agilidade e movimentações que ao setor público é praticamente impossível, face as determinações legais, este setor público alia-se ao privado para que sejam preenchidas as necessidades sociais.
Este Terceiro Setor é um reflexo da capacidade de ação, e até mesmo da solidariedade da sociedade civil brasileira, razão pela qual o Ministério Público deve atuar para fortalecê-lo e consolidá-lo. Por este motivo, um grupo de Promotores e Procuradores do Brasil, com atuação neste nicho, entre eles esta Promotora, instituiu no ano 2000, em reunião acorrida na sede do Ministério Público de Alagoas, a Associação de Promotores e Procuradores de Fundação e Entidades de Interesse Social (PROFIS), entidade que já foi presidida por José Eduardo Sabo Paes (Procurador de Justiça do DF), autor de vários trabalhos acadêmicos abordando a matéria, e atualmente é presidida pelo colega do Ministério Público do Ceará. A entidade procura fazer aprovar uma legislação que se transfome no marco legal deste setor, com projeto de lei atualmente tramitando no Senado Federal.
É necessário lembrar que a falência de uma empresa de grande porte pode provocar um abalo no mercado financeiro, gerando uma enorme crise financeira, até mesmo de caráter mundial. Vejam, a atual crise financeira, iniciou-se em 2008, com quebra de grandes bancos e empresas seguradoras americanas, todas privadas, mais que face ao seu gigantismo, levaram toda a economia mundial a esta enorme depressão que assistimos.
No seu ponto de vista, quais as contribuições do Ministério Público Estadual para a sociedade amazonense?
Para contribuir para a sociedade amazonense basta que os membros do Ministério Público exerçam com profissionalismo suas atribuições e, acima de tudo, respeitem a Constituição Brasileira e os direitos individuais, sociais e coletivos que ela estabeleceu. Sabemos que, na sociedade atual, existe uma crise de valores, porém dela e por ela, pode-se afirmar que todo o ordenamento jurídico fala, apresenta suas pretensões e seus objetivos. Não é o direito uma ciência neutra e sem propósito, basta agirmos.
Como a senhora avalia a atual Administração do Ministério Público do Amazonas?
Admiro a forma como a atual administração do Ministério Público atua, respeitando a independência dos promotores, lutando para que uma melhor estrutura física e de recursos humanos seja alcançada, zelando pela imagem do Ministério Público, fazendo o possível para que as metas sejam alcançadas e, acima de tudo, atuando com transparência.
Existem aspectos em que o Ministério Público deve melhorar? Se sim, em quais?
Nenhuma instituição, nenhum ser humano, pode afirmar que não precisa melhorar. Se o fizer, é porque a necessidade de sua existência desapareceu. Dessa forma, o Ministério Público, da época que ingressei, no período pós-ditadura, até os dias atuais já melhorou muito, assim como o fez a sociedade brasileira, inclusive com a Constituição de 1988. Porém o caminho de uma sociedade democrática apresenta constante mutação e evolução, e assim deve ser o Ministério Público, acompanhando esta sociedade em seus movimentos e se adequando a eles.
Que mensagem deixa para os que pretendem ingressar na carreira do Ministério Público?
No momento atual, coragem e determinação para exercer suas funções no interior do Estado. Tenho conhecimento, e é impossível negar, que as dificuldades são grandes, a falta de estrutura existe, como aliás sempre existiu, e mesmo assim todos que agora estamos na Capital, lutamos para trabalhar por esta população tão esquecida, tão desamparada, e tão abandonada pelos Poderes Públicos. Muitas melhorias já foram alcançadas e muitas ainda serão, e quem pretende ingressar no MP deve lutar e acompanhar todas estas demandas. Lembrem-se, são Promotores de Justiça.
Concluo com reflexão do Ministro do Supremo Tribunal Federal Ayres Britto, quando de seu discurso de posse como Presidente da Corte Maior deste País, guardião de nossa Constituição:
"..todas as noites rezo a DEUS que me permita resistir as tentações...."
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"Tenho muito a agradecer ao meu pai, Raymundo Nonato Moura de Oliveira, a quem devo toda a formação acadêmica, humanitária, o alicerce de meu trabalho como Promotora de Justiça. Formado em Direito pela Univeridade do Amazonas, meu pai sempre me apresentou os caminhos que levam ao bom profissional. Me propiciou estudar no Colégio Auxiliadora, a adquirir fluência em Inglês e Francês , inclusive com estudo da língua inglesa por um ano de Universidade de San Diego (CA), e ainda o curso de francês na Aliança Francesa" (Kátia Maria)
Entrevista com a Promotora de Justiça Christiane Dolzany
A Promotora de Justiça Christiane Dolzany Araújo, titular da Comarca do município de São Gabriel da Cachoeira, escolheu cursar Direito desde os 16 anos e na faculdade estava decidida que queria ser Promotora de Justiça. Confira abaixo a entrevista com a Promotora.
AIDC: Como surgiu o interesse em atuar na carreira jurídica?
Quando estamos na fase da adolescência já somos instados a escolher um curso superior que, muitas vezes, mudará nossas vidas por completo. Escolhi cursar Direito aos 16 anos, quando comecei a preparar-me para o vestibular. Fiz a Faculdade e a Pós-Graduação em Direito Penal e Processo Penal no Ciesa e não escondo que minha maior paixão é por estes ramos do Direito. No Ciesa fiz um excelente curso, meu coeficiente geral final foi de 9,6 e atribuo isso à vocação pelo Direito e aos competentes professores que tive como Clara Lindoso, Cláudio Roessing, Elvys de Paula Freitas, Otávio Gomes, Fabíola Monteconrado, Bráulio Guidalevich, Carlos Alberto, Afrânio de Sá Valente e Lélio Lauria. Nos dois últimos anos do Curso fiz dois Júris simulados sob a orientação do Professor e Procurador de Justiça João Bosco de Sá Valente, por quem tenho admiração. Após os júris eu estava extasiada e feliz. Tive a certeza, desde a Faculdade, que queria seguir a carreira de Promotora de Justiça. Cheguei a ir ao Plenário do Júri no Fórum Ministro Henoch Reis e dizer que um dia eu estaria lá como Promotora de Justiça e quando retornei durante o estágio de adaptação a emoção foi muito grande.
AIDC: Conte um pouco sobre sua trajetória jurídica e seu ingresso no MP-AM.
Quando era universitária, fiz estágio na SEFAZ, no setor de contratos, e lá tive uma boa experiência em contratos públicos. Depois trabalhei num banco, onde tive oportunidade de conhecer na prática o direito bancário. Depois disso, estagiei na Defensoria Pública do Estado e no Ministério Público do Trabalho. Ainda na Faculdade, passei no concurso da Polícia Civil e trabalhei na Delegacia do Consumidor, onde tive impagável experiência nesta área. Cheguei a passar em dois concursos, para o cargo de Delegado de Polícia em Roraima e no Tribunal Regional do Trabalho, mas não tomei posse. Trabalhei como advogada, fui professora na UEA e na FAMETRO, no curso de Direito. Antes de tomar posse no Ministério Público, estava atuando como Coordenadora da Comissão de Defesa do Consumidor na Assembléia Legislativa do Estado e lá tive grandes oportunidades de coordenar ações efetivas na defesa do consumidor, como fiscalizações conjuntas com o Procon, a Vigilância Sanitária e o IPEAM. Realizávamos audiências públicas, mutirões de atendimento, além do atendimento diário de orientação jurídica e de audiências conciliatórias. Fazíamos também pesquisa de preços e fiscalizações mensais em supermercados, açougues, postos de gasolina, farmácias, lojas e bancos.
AIDC: Como a Senhora define exercer a profissão de Promotora de Justiça?
É um verdadeiro ministério e recompensa do nosso trabalho é deixar um legado também para as futuras gerações, principalmente nas cidades do interior do nosso Estado, onde a presença do Promotor de Justiça é essencial para garantir os direitos dos cidadãos e os interesses da sociedade. Nesta jornada de quase dois anos, tive oportunidade de me emocionar, de me realizar, de me firmar e de me posicionar diante das situações não só ilegais, mas que me indignaram. Devemos ser técnicos e juristas, mas acho que não devemos nunca nos acostumar com as situações tidas como imutáveis. Acho que ser Promotor de Justiça é olhar além do seu tempo e ter gosto pelos desafios, ainda mais em comunidades tão carentes, e não esmorecer jamais. Agradeço muito a Deus por estar nesta carreira que escolhi com o coração. Nunca tive ambição por outras carreiras, como a magistratura, por exemplo. A inquietude, o questionamento e a vontade de modificar paradigmas sempre me acompanharam. Acredito que podemos conseguir ótimos resultados na nossa atuação, com firmeza, técnica, mas com gentileza e elegância para desmoronar as resistências e fazer nascerem flores em meio às rochas.
AIDC: É difícil ser Promotora de Justiça no Interior do Estado?
A esse respeito posso falar da minha experiência na Promotoria de Justiça de São Gabriel da Cachoeira. É uma comarca que dista 852 quilômetros da Capital, com uma população de aproximadamente 38 mil habitantes e com uma área de 109.185 quilômetros quadrados, considerado um dos maiores Municípios do País. A população é predominantemente indígena e o Município situa-se em área classificada como de segurança nacional em fronteira com a Venezuela e Colômbia. A primeira sensação que tive foi a de um grande desafio a ser vencido. Ainda estamos viabilizando o uso da internet na Promotoria, não tem quem faça os trabalhos externos, como a simples entrega de uma notificação e a Prefeitura não cedeu servidores à Promotoria de Justiça. Temos que cuidar das questões administrativas, da logística, das condições do prédio e ter muita disposição para as atividades da carreira. Isto não é nada fácil. Além dos custos de deslocamento, falta de passagens aéreas e da distância da família. Hoje, o trabalho da Promotoria está todo em dia, não há processos pendentes e todos os processos administrativos estão em ordem também. Os arquivos estão todos saneados e considero que a Promotoria é eficiente, é um Órgão respeitado na Comarca e me sinto orgulhosa do trabalho que está sendo feito em São Gabriel da Cachoeira. No interior, o Promotor de Justiça tem que estar próximo às questões sociais e isto dá mais trabalho do que despachar em gabinete. Considero que, em muitos casos, não há nada que substitua a verificação in loco das situações. Por este motivo já fiz várias inspeções, como as inspeções mensais feitas na Delegacia, no lixão da Cidade, no CREAS, Centro de Atendimento do Idoso, nas Escolas e no depósito da merenda escolar, em estabelecimentos sub judice, além das audiências públicas, reuniões com diversas instituições e acompanhamento mensal da saúde e educação no Município. Todo este trabalho no interior não é fácil, requer muita disposição. No interior nós trabalhamos na semana e nos finais de semana, que é quando temos tempo de fazer melhores pesquisas, estudar e produzir peças que exigem maior concentração. Por isto, lembro-me bem dos desafios que o Dr. Fábio Monteiro nos alertou no dia da posse: Promotor de interior é “full time” (tempo integral em inglês). Mas, sinceramente, todas estas dificuldades diárias não são sentidas tanto quando se ama o que faz.
AIDC: Em que Comarcas do MP-AM a Senhora já atuou?
Em São Gabriel da Cachoeira e em Itacoatiara, onde passei aproximadamente três meses, acumulando duas Promotorias e o Juizado Especial Criminal. Não esqueço quando fiz a primeira viagem para São Gabriel da Cachoeira. Quando o avião já estava sobrevoando próximo à cidade, senti uma sensação de sonho realizado, uma mistura de alegria, ansiedade e nervosismo pelo que me esperava. Era uma sexta-feira e na terça-feira seguinte atuei em 04 Júris, que foram realizados na Câmara dos Vereadores. Foi a minha apresentação à cidade e, na verdade, foi a melhor forma de começar a carreira, no Júri! Em Itacoatiara havia muito trabalho, ainda mais porque eu estava acumulando as Promotorias. Fiz também dois Júris nestes três meses e agradeço muito ter passado aquele tempo lá pela grande experiência que adquiri nos processos em que atuei.
AIDC: Quais os casos mais frequentes que passam pela sua Promotoria ?
Na Promotoria de Justiça de São Gabriel da Cachoeira os processos criminais são a maioria. Os casos mais freqüentes são os de tráfico de drogas, homicídio, lesão corporal, crimes de trânsito, roubos, furtos e estupro. Na área da Infância e Juventude os casos mais comuns são os de furto e lesão corporal. Em virtude da ausência da Defensoria Pública no Município, a Promotoria de Justiça faz muito atendimento de investigação de paternidade e alimentos. São encaminhados também muitos casos pelo Conselho Tutelar em que é necessária uma medida de proteção. A atuação da Promotoria na área da Infância e Juventude é muito árdua devido aos inúmeros casos de pais envolvidos com álcool e drogas. Neste aspecto, já foi instalado no Município um CAPS e em março será inaugurada a Fazenda Esperança na Cidade. Além disso, o CREAS atende às solicitações do Ministério Público, judicialmente e extrajudicialmente, para acompanhamento de pais, crianças e adolescentes. Em vários casos, o acompanhamento psicossocial trouxe ótimos resultados para retorno da criança aos cuidados dos pais. No ano passado, a Promotoria de Justiça requereu judicialmente o lacre definitivo de cinco casas noturnas onde eram permitidas a entrada de adolescentes, o consumo de bebida alcoólica, e consequentemente, a exposição a diversas situações de risco. A justiça concedeu o pedido e hoje no local funciona uma churrascaria rodízio e um mercadinho. Antes, era uma área divulgada nos jornais de Manaus como uma mazela social.
AIDC: De que maneira a Comarca em que a Senhora atua é auxiliada pelo MP-AM?
Quando cheguei em São Gabriel da Cachoeira, reconheço que encontrei muito trabalho acumulado e a Promotoria de Justiça com sérias necessidades. Com a minha inquietude, utilizei meus recursos para pintar a casa, o muro e as grades da Promotoria de Justiça. Precisei colocar o prédio em condições de trabalhar e então solicitamos um computador novo, uma impressora multifuncional que atendesse às necessidades de cópias e digitalização de documentos e isto foi atendido. A maior dificuldade que enfrento é quanto à ausência de servidores no interior. Hoje a Promotoria de São Gabriel da Cachoeira só tem uma estagiária de nível médio, selecionada mediante provas de redação e digitação. Foram 22 inscritos no processo de seleção e fiquei muito feliz com o interesse dos jovens, até pela visita que fiz em todas as escolas no ano passado, aproximando o Órgão dos juventude e dos estudantes. Então, há um ano contratei uma assessora, a Mirlene Salgado, formada em Matemática, a qual me surpreendeu pela competência e iniciativa. Os custos da contratação suportados por mim. Já solicitei servidores da Prefeitura, mas não houve disponibilidade. A este respeito, entendo que a solicitação de cessão de servidores das Prefeituras por intermédio de convênio deveria ser feita diretamente pela Procuradoria-Geral de Justiça, principalmente em Comarcas em que os atuais gestores são ou foram alvo de ações dos Promotores de Justiça do Interior, como é o caso de São Gabriel da Cachoeira. O melhor é prover as Promotorias do Interior com servidores concursados do próprio Órgão e isto já está sendo estudado.
AIDC: A senhora acredita que o Ministério Público cumpre o seu papel?
Sim. Eu não faria parte de uma instituição que consideraria frustrada nos seus fins. Nosso Ministério Público tem excelentes seres humanos atuando na Chefia, como Procuradores de Justiça e como Promotores de Justiça na Capital e no Interior. Nossa instituição é essencial ao funcionamento da justiça e, principalmente no interior do Estado, o Ministério Público, por meio dos aguerridos Promotores de Justiça, fiscaliza a lei e tutela a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses e sociais e individuais indisponíveis. Assim, considero que o Ministério Público do Estado do Amazonas trabalha com muitas peculiaridades diante de nossas condições regionais, onde o acesso a algumas Comarcas é feito por vários dias através dos rios. Mas, as ações da instituição tem sido efetivas, seguras e amadurecidas, alcançado ótimos resultados e por isso recebemos o reconhecimento de vários órgãos e o reconhecimento mais valioso, que é o da população carente e isolada do interior.
AIDC: Como avalia a atual Administração do MP-AM?
Quando iniciei minha carreira, compartilhava com os colegas conversas sobre o tempo em que passaríamos no interior e isso me angustiava porque, como mãe, anseio em acompanhar o meu filho e proporcionar a ele iguais condições de aprendizado para o futuro. Hoje posso externar um sentimento de que as expectativas para o futuro da instituição e dos membros são muito melhores do que na época em que iniciei a carreira. Podemos avaliar positivamente o empenho da atual administração no sentido do crescimento estruturado da Instituição, sem utopias ou projetos irrealizáveis.
AIDC: Qual a dica que a Senhora daria para quem quer seguir carreira no Ministério Público?Christiane Dolzany, Promotora de Justiça
Entrevista com o Promotor de Justiça Paulo Stélio Sabbá Guimarães

Paulo Stélio: Fora do magistério, conheci grandes nomes da Justiça Amazonense, dentre os quais destaco os saudosos juristas Dr. Fausto Reis(Juiz de Direito) e Dr. Álvaro César(Advogado), que me motivaram, pelo exemplo de retidão e amor à Justiça, a seguir em frente. Fui estagiário do Ministério Público, momento em que, realmente descobri a minha verdadeira vocação. Graduei-me pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas. Iniciei a minha carreira como advogado, em uma pequena sala, na rua Frei José dos Inocentes, depois mudei-me para uma sala, também, pequena no Palácio do Comércio, onde, com mais dois colegas, Dr. Celso Cavalcanti e Dr. Marco Aurélio Lucas de Souza, montamos um escritório um pouco mais moderno, inclusive com computador e impressora matricial. Naquele tempo, ainda usávamos máquinas de datilografia. Nessa ocasião eu já havia passado no concurso do Ministério Público e estava aguardando a nomeação(longa espera). Fui, também, Assessor Jurídico da Secretaria Estadual de Justina, atuando no PROCON-AM, tendo à frente da Secretaria o Dr. Mauro Luiz Campbell Marques.
AIDC - Quais as Comarcas pelas quais já passou?
AIDC: Qual a principal função da sua Promotoria?
AIDC - Qual a sua mensagem para quem pretende ingressar na carreira jurídica?
"A atuação ministerial é um sacerdócio a nos exigir a cada dia muito suor e determinação. Porém, ouso dizer que poucas são as profissões que dão tanta satisfação a quem as exerce. É muito gratificante você olhar para trás e ver que foi possível mudar o rumo das coisas e que a Justiçá foi feita gracas a sua intervenção. É uma dádiva." (Paulo Stélio)