MPAM EM AÇÃO: Recomeçar amplia foco de atendimento para promover saúde mental de pessoas em vulnerabilidade social

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O isolamento social imposto pelas restrições sanitárias de enfrentamento à covid-19 levou a coordenação do Programa Recomeçar, do Ministério Público do Amazonas, a modificar o foco de atendimento prestado às pessoas em vulnerabilidade psicossocial. Coordenado pela Promotora de Justiça Silvana Cavalcanti, o programa atendeu 341 pessoas vinculadas a 134 processos. A medida foi adotada em razão da necessidade das pessoas vinculadas ao programa, que já estavam em conflito na via judicial e tiveram essa situação agravada pelas circunstâncias impostas pela pandemia.

“Esse período de pandemia reforçou que o trabalho em equipe é o ponto alto do Programa. Pude perceber o empenho e dedicação de todo corpo técnico para oferecer a atenção especializada que as partes necessitavam. Os recursos tecnológicos foram importantes aliados na diminuição das distâncias entre o Programa e a sociedade”, avalia Silvana Cavalcanti.

A suspensão do atendimento presencial no Recomeçar ocorreu em meados de março de 2020, quando o serviço passou a ser prestado por videochamadas em plataformas digitais, como o Zoom e o Whatsapp. Todas as pessoas em vulnerabilidade social que tinham vínculo com o programa foram informadas da mudança e orientadas a buscar ajuda junto à equipe multiprofissional do programa, caso aquilo se fizesse necessário, o que, de fato ocorreu.

“Estávamos em pleno atendimento presencial e, de repente, tivemos de repensar estratégias para garantir atendimento às partes. Criamos canais de atendimento via chamadas de vídeo pelo zoom ou WhatsApp, a fim de manter o atendimento. Então, o foco do trabalho, que até então era o fim do processo, foi modificado para garantir o bem-estar psicossocial dessas pessoas”, relata a coordenadora executiva Tatiana Freire.

Com menos de dois meses de atendimento remoto, o Recomeçar já registrava um aumento do número de pessoas que apresentavam sintomas de ansiedade, depressão e de fobias diversas em virtude do isolamento social, da convivência permanente e prolongada e também sofriam os impactos do luto, que chegou a atingir boa parte deles. Ao longo de 2020, o programa atendeu 341 pessoas vinculadas a 134 processos, cujos temas, majoritariamente, são: disputa de guarda, violência sexual e vulnerabilidade socioeconômica e psicológica.

“Temos por princípio institucional atender a todos que nos procuram, mas temos limitações legais e estruturais que devem ser respeitadas. Então, o esforço para assegurar um atendimento integral foi intenso e se configurou como nosso maior desafio nesse período de pandemia. Então, fomos buscando novos caminhos todos os dias e, até o momento, essa experiência tem sido salutar. Nossa equipe conseguiu prover o acompanhamento das 341 pessoas assistidas, porque cada processo engloba todo o grupo familiar atendido na causa e chegamos a realizar 704 escutas psicológicas”, comemora a coordenadora.

Acesso ao Recomeçar

O Programa atua no atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade psicossocial, bem como no atendimento de demandas das Procuradorias e Promotorias de Justiça no desenvolvimento das ações ministeriais que visem assegurar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos. A porta de entrada do Recomeçar são os promotores de Justiça e as instituições parceiras: Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), Vara da Infância e da Juventude e Conselhos Tutelares.