“MPAM Acolhe” reúne sociedade civil para discutir pautas raciais dos povos afro-brasileiros

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Participantes apresentaram projetos comunitários e discutiram políticas voltadas à população negra, nesta quarta (26)

Na tarde desta quarta-feira (26/11), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) realizou a 9ª edição do projeto “MPAM Acolhe”, com o tema “Ancestralidade e Resistência: Cultura e Fé dos Povos Afro-Brasileiros”. O encontro ocorreu no auditório Carlos Alberto Bandeira de Araújo, na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, com apoio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf).

Durante a atividade, os participantes compartilharam iniciativas desenvolvidas em comunidades e discutiram, junto ao MP, caminhos para o fortalecimento dessas ações.

A procuradora-geral de Justiça (PGJ), Leda Mara Albuquerque, destacou que a pauta racial permanece como um desafio nacional e exigiu políticas públicas contínuas. “Vivemos, no Brasil, uma realidade que ainda impõe barreiras, desigualdades e discriminações a diversos grupos da nossa sociedade. As dores relatadas por vocês são reais e revelam a urgência de políticas públicas efetivas. O Ministério Público tem a responsabilidade de dialogar, ouvir e compreender essas vivências para contribuir na construção de respostas mais justas”, declarou a PGJ.

Além disso, a procuradora-geral também afirmou que o MPAM atua de forma transversal em temas ligados aos direitos humanos e que diferentes áreas da instituição têm buscado fortalecer ações voltadas à população negra. “Não é preciso pertencer a um grupo para reconhecer sua dor. É preciso consciência. Temos avançado, mas ainda enfrentamos resistência quando olhamos para questões raciais. Nosso papel é superar essa barreira e qualificar nossa atuação. Uma das formas de fazer isso é escutando vocês”, concluiu.

Presente no encontro, a procuradora de Justiça Suzete Maria dos Santos ressaltou o compromisso institucional com a proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade. “O Ministério Público existe para defender direitos e garantir que ninguém seja deixado para trás. Se nós não ajudarmos, quem irá proteger? Quem dará continuidade ao trabalho de enfrentamento das desigualdades? O MPAM precisa estar junto das pessoas, especialmente daquelas que mais precisam”, ponderou.

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A promotora de Justiça Romina Carmen Brito Carvalho, coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância e Juventude (CAO-IJ), apontou que o enfrentamento ao racismo demanda mais do que ações isoladas ou pontuais. “Não basta realizar iniciativas antirracistas se não trabalharmos a mentalidade das pessoas. A transformação ocorre quando conseguimos modificar percepções, combater estigmas e promover uma compreensão profunda sobre igualdade racial. Esse encontro é parte desse processo”, destacou a promotora.

Ao final da programação, o MPAM se colocou à disposição para contribuir com os projetos comunitários e escolares apresentados pelos participantes. As demandas serão encaminhadas às Promotorias responsáveis por cada temática, fortalecendo a construção de políticas institucionais alinhadas às realidades discutidas.


Texto: Sharline Freire
Foto: Hirailton Gomes