Corregedor Geral fala sobre resultados da visita a Humaitá

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Durante quatro dias, o Corregedor Geral do Ministério Público do Amazonas, Procurador de Justiça José Roque Nunes Marques, esteve no município de Humaitá, sul do Estado, participando da comissão que foi tentar estabelecer a paz na região, marcada por tensão desde dezembro do ano passado. Após o desaparecimento de 3 homens que viajavam pela Transamazônica, rodovia que corta a reserva dos índios Tenharin Marmelo, indígenas e moradores entraram em conflito. Houve depredação do patrimônio público, como barcos e imóveis,  e ainda há controvérsias sobre a cobrança de pedágio pelos índios, aos motoristas que cruzam a estrada.


"Ao chegar na cidade, acompanhado do Comandante do Comando Militar da Amazônia (CMA) e demais militares, verifiquei que o cenário se mostrava bastante tenso e pude observar claramente que tanto a comunidade quanto os indígenas, estavam preocupados com as possíveis consequências do conflito instalado na região", disse o Corregedor. "Todas as Instituições que lá trabalham estão desenvolvendo suas atividades dentro de suas linhas de ação. O Exército Brasileiro, por meio do 54º BIS, acolheu num momento inicial e de difícil situação, 144 indígenas dentro da organização militar, garantindo então à comunidade indígena, formada por homens, mulheres e muitas crianças, a proteção à integridade física e, na atual circunstância, os militares do Exército oferecem apoio às investigações", completa ele.


Roque diz ainda que a Polícia Federal também vem fazendo um trabalho de investigação no local. A Força Nacional e a Polícia Militar do Estado do Amazonas também vem exercendo suas atribuições em favor da manutenção da segurança na cidade de Humaitá e na área da reserva. " O papel do Ministério Público Estadual, na ambitude de sua competência, é o de garantir que a investigação policial dos fatos que envolvem o desaparecimento dos cidadãos seja minunciosamente realizada, assegurando aos familiares dos desaparecidos que todas as medidas necessárias estão sendo adotadas para solucionar a questão. Por outro lado, o MP está atento a qualquer movimento de perturbação da ordem pública", enfatiza.


O Corregedor, que também esteve reunido com índios e comissão na Aldeia Tenharim, mostra-se preocupado, mas confiante de que a situação será contornada. "Estive na aldeia, no último dia 06 de janeiro, acompanhando o Comandante Militar da Amazônia, General Eduardo Villas Bôas, bem como o Comandante da Brigada de Porto Velho, General Ubirantan Poti e Comandante do 54º BIS de Humaitá, Coronel Antônio Prado. Fomos recebidos pelos caciques da tribo Tenharin, que manifestaram desde o início dos diálogos, o desejo pela paz. As lideranças indígenas mostraram suas preocupações com a segurança da comunidade em razão das ameaças permanentes, e ainda com o atendimento médico e alimentação". Segundo ele, os índios alegaram, também, que há necessidade de manutenção da cobrança do pedágio na rodovia, por entenderem que isto seja uma “compensação sócio-ambiental” decorrente dos graves danos provocados pela estrada àquela comunidade, e que a renda obtida pelo pedágio cobrado, é questão de sobrevivência dos habitantes das aldeias.


No que se refere à animosidade, existe, sim, certa tensão tanto nas comunidades indígenas, como em Humaitá e Santo Antônio do Matupí, em face da instabilidade provocada pelo desaparecimento dos não-indígenas, como também pelos que estão se aproveitando do momento para pôr fim à cobrança do pedágio. " Gostaria de destacar que o Ministério Público do Estado do Amazonas vem acompanhando a situação, tendo no Município de Humaitá três Promotores de Justiça:  Eliana Leite Guedes, Kepler Antony Neto e Daniel Silva Chaves Amazonas de Menezes, que adotarão, caso seja necessário, todas as medidas essenciais e de nossa atribuição", finaliza.

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corregedor e promotores