Debates sobre violência contra a mulher e lavagem de dinheiro pelo crime organizado fecham Talk Show no MPAM

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O Talk Show “Ministério Público e Recentes Alterações Legais: Desafios e Perspectivas” se encerrou ontem, 16/12, com exposições e discussões sobre dois grandes temas para a sociedade brasileira que são importantes focos da atividade do Ministério Público, a violência contra a mulher e a lavagem de dinheiro pelo crime organizado. O evento ocorreu na sede do Ministério Público do Amazonas (MPAM), com transmissão pelo canal oficial do Órgão no Youtube. O Talk Show foi realizado pela Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP) e pelo MPAM, em comemoração ao Dia do MP Brasileiro e aos 50 anos de criação da Associação.
“Sempre teremos que aprimorar nossa atividade e que engrandecer o nosso MP. Hoje comemoramos 50 anos da Associação e mais um ano de Ministério Público. Não somos inocentes a concluir que a legislação estará sempre favorável a nós, estamos diuturnamente combatendo os ataques, que são sistemáticos e contínuos contra nossa atuação e, muitas vezes, como disse o Dr. Armando, são pessoais, quando agimos em nome da Instituição”, disse a Promotora de Justiça Christiane Dolzany, vice-presidente da AAMP , no encerramento do evento.
A primeira palestra começou às 14h, com o tema “Violência contra a mulher: desafios e avanços”, proferida pela Promotora de Justiça Gabriela Manssur, do Ministério Público do Estado de São Paulo. A Promotora traçou um panorama dos avanços no combate à violência contra a mulher, que, segundo ela, era um tema sobre o qual nada se falava há poucas décadas.
“As mulheres sofriam violência física, psicológica, patrimonial, moral e nada se falava sobe isso. Aquilo me incomodava de tal forma que me levou para o Ministério Público com esse objetivo, combater o crime contra as mulheres, a violência contra a mulher”, relatou.
Igualmente contundente, o também Promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Guilherme Sampaio Sevilha Martins proferiu a palestra “Uma visão prática sobre a investigação criminal de organizações criminosas voltadas para a prática de lavagem de dinheiro”. O Promotor defendeu que o MP brasileiro também foco na investigação da lavagem do dinheiro, para que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.
“Nós, enquanto Ministério Público, estamos falhando no combate ao crime, isso fica muito claro quando começamos a investigar a lavagem de dinheiro. Porque, infelizmente, nós vivemos num País de saqueadores. As pessoas que realmente cometem os crimes mais graves não ficam presas, elas mal são investigadas e as pessoas menos favorecidas, especialmente os mais pobres, esses, sim, numa audiência de custódia, seguem presos”, argumentou.