Promotoria de Benjamin Constant lança o projeto Júri Simulado nas Escolas

Direcionado a alunos de uma escola de ensino médio em Benjamin Constant, município no interior do estado, o projeto "Júri Simulado nas Escolas", de autoria do Promotor de Justiça da Comarca, Luiz Alberto Dantas de Vasconcelos, tem por objetivo aproximar adolescentes em situação de risco e seus familiares, do Ministério Público do Amazonas, e, ao mesmo tempo, tornar o ambiente escolar um espaço apropriado para reflexão sobre os principais problemas sociais e criminais que tem tirado o sossego da população.

A iniciativa busca a discussão de soluções possíveis e viáveis para tais problemas, entre professores, alunos e pais de alunos da Escola Estadual Imaculada Conceição, localizada no município. "Não há nenhuma pretensão de se construir teses jurídicas a partir do júri simulado, tão pouco explorar o conhecimento jurídico dos jovens ou mesmo ensiná-los. Mas, queremos usar os julgamentos simulados como uma forma sutil de envolver os jovens no contexto dos fatos que estão a sua volta e, ao mesmo tempo, avaliar e explorar os conhecimentos já adquiridos, na matemática, na história, na geografia, na língua portuguesa, e, sobretudo, na sociologia e filosofia, para serem utilizados de forma cênica nos julgamentos simulados", informou o Promotor Luiz Vasconcelos.

A ideia é levar ao júri estudantil processos já concluídos, com a devida reserva dos nomes das partes envolvidas, criando-se nomes fictícios, oriundos dos principais crimes investigados na Promotoria de Benjamin Constant. O júri é composto integralmente por alunos do 3º ano do ensino médio e os casos que serão "julgados" são de violência doméstica; uso e tráfico de drogas; venda de bebida alcoólica para menores; estupro, inclusive contra vulneráveis; crimes no trânsito; furto, roubo e receptação.

"Se ao final da concretização do 1º Júri Simulado nas Escolas tivermos conseguido mudar a triste realidade de apenas um jovem, já terá valido o esforço de todos. O que não podemos deixar de fazer, e não faremos, é abandonar o jovem a toda sorte, principalmente das políticas públicas que teimam em se concentrar na cidade de Manaus. Afinal, abandonar os jovens é abandonar a esperança de um futuro melhor", concluiu o Promotor.